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Leio o que ninguém escreveu
A primeira vez que eu li, devia ter uns quatro ou cinco anos e viajava com a família pelas estradas de Minas Gerais. Provavelmente eram férias e, como sempre, percorríamos o roteiro das cidades de águas termais. Revezávamos a cada ano, ora Caxambu, ora Poços de Calda, quando não São Lourenço, às vezes Araxá. Foi dentro de um ônibus interestadual, caída a noite, que eu li as estrelas através da janela porque, fato dado, os assentos ao lado das janelas eram meus sem necessidade de qualquer argumentação reivindicatória junto à família. Não sei dizer, com precisão, que espécie de história as estrelas me permitiram interpretar, mas lá estava eu, miúda…